domingo, 9 de novembro de 2008

Manezinho surfa maior duna do mundo

Sandboarder Eduardo Wentz levou quatro horas para subir e três minutos para descer o Cerro Blanco

Felipe Silva

Quatro horas de subida e três minutos de descida em um monte peruano de 2.270m de altitude foi a aventura que enfrentou o sandboarder Eduardo Wentz (Lost), de Florianópolis. Há duas semanas, ele esteve em Nazca, no Nul do Peru, onde fica o Cerro Blanco, considerado a maior duna do mundo. “É como um surfista ir ao Havaí e dropar uma onda gigante”, compara o atleta, que é mais conhecido no meio esportivo como “Mister”. A descida do Cerro Blanco, conta Mister, é dividida em três etapas. A primeira, tem cerca de 600m. A segunda, aproximadamente 200m. A última é a mais radical de todas: 1.400m. O sandboarder florianopolitano estima que tenha alcançado velocidade próxima a 90km/h durante o trajeto. O fundo do sandboard (a “prancha”), feito de fórmica, chegou a gastar com o atrito. “Vi que ela deslizava forçando um pouco”, lembra o atleta, que fincou uma bandeira de Santa Catarina no topo do monte. O Cerro Blanco fica em uma área desértica do Peru, considerada um paraíso do sandboard, para qual não há vôo direto. O clima é seco, e a paisagem “parece ter só uma cor”, inclusive as casas, de acordo com Mister: sempre cor de areia.
Desafio“É como um surfista ir ao Havaí e dropar uma onda gigante”, compara EduardoPara chegar ao monte, somente com um guia que, no caso dele, foi contratado no hotel na cidade de Ica, onde há vários mochileiros estrangeiros, como canadenses e americanos. “Fui confundido com europeu várias vezes e até tentaram me extorquir por isso. Quando disse que era brasileiro é que se interessaram mais em saber sobre o esporte, o sandboard (a prancha)...”, relata Mister, que é loiro e tem olhos verdes. Curiosamente, o guia ficou com medo na hora da decida e fez com que o sandboarder ficasse sem parte do vídeo que o peruano iria gravar. O trajeto até o topo tem aproximadamente 15km de duração, segundo Mister. A paisagem é quase toda composta por areia e rochas. O primeiro sandboarder brasileiro a descer o Cerro Blanco havia sido outro atleta de Florianópolis, Digiácomo Dias. O feito dele e de Mister inspira novos atletas, como Tiago Espindola, de São José. Ele pratica há um ano e meio o esporte, competiu pela primeira vez há duas semanas e já sonha em ir ao Peru no ano que vem. “Se não der, pretendo ir em 2009”, conta Espindola, de 21 anos, que é estudante universitário e trabalha numa empresa que faz fotocópias.
felipe.silva@an.com.br

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Mister quer trazer mundial para Ilha

De volta a Florianópolis, Mister dedica-se à organização de campeonatos via Associação Cultural e Esportiva Sand&Snowboard (Acessb), entidade estadual da qual é presidente. O próximo é a quarta e última etapa do circuito catarinense, que vai ser realizada na Joaquina, no dia 16, competição para a qual ele continua atrás de patrocínio. O sonho, porém, é bem mais alto: trazer para Santa Catarina uma etapa do Campeonato Mundial da Dune Riders International (DRI), a entidade que organiza campeonatos de sandboard em nível internacional e com a qual ele está negociando. A idéia de Mister é aproveitar a carona do surfe para promover a etapa do Mundial em Florianópolis, na praia da Joaquina. Ela ocorreria uma semana antes da etapa do World Championship Tour (WCT), a divisão de elite do surfe, que é disputada quase sempre entre outubro e novembro na praia da Vila, em Imbituba. “Se formos fazer no verão, como vamos tirar o pessoal da praia para a areia?”, questiona. O custo do campeonato seria de aproximadamente R$ 300 mil, segundo ele. A expectativa pela realização de mais campeonatos de sandboard anima jovens atletas como Thiago Espíndola. “Sempre temos algo a ganhar com isso, né? Traz mais experiência”, avalia.


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